23 abril 2007

A Terceira República, quarta-feira

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apresenta
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A Terceira República
de
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João Sousa Cardoso
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Inaugura Sáb., 25 de Abril
das 16h ás 20h.
Ainda jaz e já não és a República a meus pés!
canções pela republicAnaDeus.
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A Terceira República
Depois da primeira ou "velha" República - que foi um projecto - e da segunda República ou ditadura - que foi uma projecção -, o que fizémos e fazemos nós da terceira República? Apoiado na União Europeia, mas fiel à história da Europa do Sul, o frágil regime democrático hesita entre o projecto e a projecção.

Depois de uma recusa fecunda em expôr, volto - passados seis anos -, ao lugar histórico da exposição, desafiado pelo André Sousa. Exponho as imagens que me têm ocupado - as imagens dos outros - e entre reproduções de enciclopédias e de livros de história, procuro as imagens no intervalo e experimento saber se um travelling será mesmo "um acto moral".
JSC, 2007
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até, 31 de Maio
Visitas só por marcação pelo nº. 91 791 00 31(André Sousa).

2 comentários:

Manuel Santos Maia disse...

Incrível!!
O pessoal não abranda o ritmo.
É fantástico, não é?
Estou super curioso por ver o trabalho do João Sousa Cardoso
a atitude dele perante arte é distinta
admirável !!

e a nossa Aninha, nossa artista plástica e Cantora ANA ULISSES?!!?
Uma performance na “a Sala” da nossa Chio, da nossa Susana Chiocca???
Vamos lá ver!!!
A poesia da Ana está sempre presente em todos os trabalhos que faz:
na pintura, nos desenhos, na musica (e o Marco e o Miguel Carneiro são grande admiradores desta nossa menina)…
vamos ver..
até já
maia

Manuel Santos Maia disse...

Olá!
Como combinado num comentário anterior
Em que apresentei o repto e ficou subentendida uma promessa de comentar o trabalho de João Sousa Cardoso no MWIA, e com e como este apresentar uma reflexão sobre o estado de Portugal,
Hoje, nos primeiros anos do novo século que carrega o peso do intenso,
Um velho estafado conflituoso, esquizofrénico século XX que se caracterizou pela ausência e falha de perspectiva e de desenho de um horizonte futurante para este novo século, que pelo exposto é um novo velho século
Como apresenta João Sousa Cardoso
Portugal, Nós, falhamos
FALHAMOS A TERCEIRA REPÚBLICA
e como a Regina Guimarães muito bem disse, escreveu e poetizou e como a Ana Deus cantou “Ainda Jaz e já não és a República a meus pés!”
FALHAMOS
Falhamos três Revoluções: A REVOLUÇÃO CIENTIFICA do séc. XVII, a REVOLUÇÃO POLÍTICA DEMOCRÁTICA do século XIX (nós absolutistas, o Portugal absolutista, alheados, por exemplo de revoluções como a francesa e americana), falhamos ainda e essencialmente a relação ESTADO e SOCIEDADE CIVIL – ESTADO / IGREIJA / SOCIEDADE CIVIL – momento em que o estado cria regras justas para que não se verificassem assimetrias sociais. E estas prendem-se revoluções tão pequenas e importantes como a alfabetização da população. (algo que os escandinavos facilmente compreenderam e para alterar esta situação criaram situações como esta: quem for analfabeto não se poderia casar). Em Portugal a igreja confundia-se com e era o estado. Sim, como o João Sousa Cardoso diz, FALAHAMOS é verdade, as três grandes revoluções nunca se deram em Portugal. No nosso século XX, os longos anos de ditadura vivida, imprimiu uma marca (que ainda hoje esquecidas as conquistas do 25 de Abril que duraram o tempo de um sonho do qual muitos de nós viveram) em que a classe dominante gosta do servilismo e a classe dominada gosta, (ou se não gosta não se importa pois não se revolta) de ser servil.
Esta visão é muito bem exposta por Miguel Real no seu último livro “o último Eça”.
Em que este caracteriza Portugal como um país anormal se atendermos as transformações verificadas nos outros países da Europa, nos importantes períodos históricos. Continuamos a FALHAR as REVOLUÇÔES = continuamos exactamente iguais. Mas se desde essa que somos assim não seremos assim desde Garrett? desde o Marques de Pombal? Desde o final do século XVI quando o perdido nos auto humilhou e nos transformou em melancólicos?
A obra de Manoel de Oliveira apresenta uma visão semelhante em “NON”, “O Quinto Império – Ontem Como Hoje”, entre muitos outros filmes e creio em toda a sua obra. Mas, quanto à visão do falhanço, de FALHA há a constar, para além do último Eça (fase em que este vive em Paris) o Pessoa e claro o referido Miguel Real com o seu olhar contemporâneo que implica o nosso passado.
Mas em quê e como se verifica hoje esta Falha?
Como poderemos ver na obra dos anos 60 e 70 de Eduardo Batarda, na obra dos anos 60, 90 e recente da Paula Rego, na obra de Paulo Mendes, João Tabarra e entre nós na obra de João Sousa Cardoso e conjuntamente com Daniela Pães Leão, e António Preto, na da Isabel Ribeiro, do Nuno Ramalho, do Renato Ferrão, do Eduardo Matos, da Carla Filipe, do Ângelo de Sousa, eu próprio, entre outros; temos vindo a trabalhar, a acrescentar a representar a inscrever em representações várias as enumeráveis falhas deste nosso Portugal. Criações em que a consciência politica se inscreve simbólica, poética, e ou metaforicamente.
Bem…
terá de ficar para um próximo comentário
a representação de hoje
o Portugal de hoje após o sonho traído do 25 de Abril
(e traído por muitos dos que lutaram pelo 25 de Abril e não apenas pelos que por terem nascido após esta data dizem não viverem as mesmas inquietações porque não têm consciência delas, não têm memória delas.)
Até já
Maia
Amigos casão queiram e possam contribuam para este debate.
Ele foi proposto pelo João e também tem sido reflectido, de alguma forma, por nós com visões, olhares e pareceres pessoais, mais ou menos informados histórica, politica e socialmente. Têm sido representado pela nossa sensibilidade e constatado e presenciado na nossa vivência.

maia