02 abril 2007

duas notas


imagem de promoçao de 'world factory'

porto: a provar que a invicta se recusa a simplesmente desaparecer no mundo dos postais ilustrados (pelo menos durante os poucos anos em que as ruínas da ribeira se aguentarem de pé, depois nem os turistas restarao), um ciclo de conferências promovido pela fundaçao de serralves.
'CRÍTICA DO CONTEMPORÂNEO, CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS' já começou a levar ao porto uma série de nomes sonantes para abordarem as áreas - politica, educaçao e biologia - em que se divide o ciclo.
por mim assistia a tudo, mas destaco absolutamente jacques ranciére, no próximo dia 12 de abril, com 'as desventuras contemporâneas do pensamento crítico', e mais para a frente, giorgio agamben, no dia 8 de maio com 'a teologia económica e política do nosso tempo'.
dada a importância destes dois nomes no contexto da escrita e reflexao sobre o papel da arte na definiçao do nosso tempo (explicitamente: nao só no contexto, mas na edificaçao do real), recomendo a quem puder ir. para mim, seria um privilégio, uma vez que tanto 'the politics of aesthetics/ le partage du sensible: esthétique et politique' de ranciére como 'the man without content/ l'uomo senza contenuto' de agamben fazem parte das minhas leituras neste semestre escolar. ambas as conferências estao integradas no bloco 'política', sob a programaçao de antónio guerreiro. bilhetes entre 2,5 e 5 euros.

san franciso: inaugurado na semana passada o terceiro andamento da exposiçao 'WORLD FACTORY', que marca a entrada do comissário Hou Hanrou como responsável pelo departamento de 'exhibitions and public programs' do san francisco art institute.
depois de 'active witness' e 'resistance and dreams', 'WORLD FACTORY' chega ao fim com 'making our place'.
a marcar a inauguraçao esteve uma confereência de didier faustino, que infelizmente nao pude acompanhar.
também ficou de fora um retrato mais próximo de duas das obras que integraram a segunda parte da exposiçao, nomeadamente 'lettres de non-motivation', ou a documentaçao das humorísticas, tristes mas sempre poéticas cartas de respostas a ofertas de emprego, projecto desenvolvido desde há alguns anos por julien previeux; e os belíssimos filmes de lu chunsheng, 'the history of chemistry I and II', sobre os quais apetece escrever que o belo está de volta - e com uma vingança beckettiana, para os que se recusam a reconhecer o seu potencial enquanto instrumento de acçao, político. fica para já agendada uma visita mais cuidada a 'making our place' e possivelmente umas ideias de reflexao sobre esta exposiçao.

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