27 setembro 2007

a não perder,

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Luisa Cunha
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na:
casa e capela de Serralves
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e na:
Culturgest - Porto:
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1 comentário:

Manuel Santos Maia disse...

Olá!!!
Já vi, já vi…
já vi as duas exposições

Depois de Viseu
(Fim-de-semana em que inauguramos a exposição Antimonumentos,
e a DOCE e TERNA LUISA CUNHA inaugurou na Culturgest)
logo na segunda-feira, mal abriu a exposição
fui ver, ouvir e ver
o trabalho de Luísa Cunha

é um trabalho muito singular
em Portugal é único
e no panorama artístico em geral,
é no mínimo particular

o uso da palavra e do texto é feito com mestria
a composição da peça sonora,
o tempo das palavras,
o tempo de dizer e ouvir as palavras,
o tempo da revelação das imagens sugeridas pelas palavras,

a condição a que estas remetem ou transportam o ouvinte-observador,
a condição em que este se encontra depois de(com)viver (com) a obra,
a densidade psicológica do trabalho envolve e altera o estado psicológico do ouvinte-observador

entrar no edifício da Culturgest
(e reencontra-lo novamente sem qualquer modificação ou interferência visual e arquitectónica, … ou melhor, reencontrar o edifício da Culturgest)
e neste espaço
ouvir:
do I have to do what
I have to do
do what you have to do
What is it that you do

a densidade está nas reflexivas palavras e texto
que visto, lido no folheto surge envolto de... ou aparente simplicidade
mas ouvido-vivido ...

somos atraído para o centro do espaço
concentrados nas palavras,
o nosso olhar paira, vagueia pelo vazio e hiper caracterizado espaço da Culturgest que no passado foi um banco

no cave, no interior do cofre,
num espaço que tende para neutralidade,
uma voz enaltece a nossa beleza,
o olhar vem de uma voz e recai sobre nós,
aí somos o centro
centra-(mo)-nos

as duas peças
aparentemente simples
oferecem-nos duas experiências, vivências e imagens diferentes e complexas

para quem tiver dúvidas,
basta estar atento ao seu próprio comportamento (no espaço)
e ver que num dos espaços
nunca é o centro, (pois este é ocupado pelo dispositivo sonoro)
embora seja atraído para o centro

e no espaço mais interior,
inferior relativamente ao primeiro, e mais protegido e seguro,
mas também o mais limpo e menos caracterizado,
ocupa o centro,
é o centro,


quem conhece e gosta de Samuel Beckett irá convocar essa paixão nesta exposição
ficam aqui algumas palavras deste SENHOR no espaço da Sombra dedicado a esta SENHORA

"Dizer um corpo. Onde nenhum. Mente nenhuma. Onde nenhuma. Ao menos isso. Um lugar. Onde nenhum. Estar lá dentro. Mover-se lá dentro. E sair. E voltar lá para dentro. Não. Sair nenhum. Voltar nenhum. Só entrar. Ficar lá dentro. Em diante lá dentro. Parado.”

até já
maia