26 fevereiro 2008

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S de Saudade, O Passado e o Presente
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In Transit
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"Só temos o passado à nossa disposição. É com ele que imaginamos o futuro."
Eduardo Lourenço, 1997
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S de SAUDADE, O PASSADO E O PRESENTE
Nesta exposição individual, Paulo Mendes apresenta um novo trabalho em vídeo da série S de Saudade.
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"O que é a verdade?" questionava Salazar em 1966 no seu discurso em Braga nas comemorações do 40º aniversário do 28 de Maio.
O seu rosto já envelhecido desafiava a assistência no seu habitual tom professoral. Restavam os aplausos concordantes de uma elite instalada e fora de tempo que enunciava o início da agonia do Salazarismo.
Este trabalho questiona, tal como os outros anteriores em que a fotografia e a pintura se complementavam, o papel das artes plásticas na representação do poder político.
O retrato foi sempre um tema recorrente na pintura. Que valor iconográfico e de relevância politica podemos hoje retirar ao olhar para retratos de Salazar e de outras figuras da sociedade portuguesa de diferentes épocas?
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"A invisibilidade constitui o próprio estado de Salazar. Ele é invisível e quer-se como tal. Só raramente se mostra em público e ainda menos em manifestações de massas. A sua pessoa física, a sua presença corporal não se expõem aos olhares (…). Esta forma pouco habitual de presença de um Ditador não escapou a António Ferro: "E este nome, Oliveira Salazar, (…) começou a diminuir-se, a encurtar-se, até se engrandecer na sua redução à expressão mais simples, até ficar sintetizado nesta palavra sonora Salazar. Esse nome, com essas letras, quase deixou de pertencer a um homem para significar o estado de espírito dum país, na sua ânsia de regeneração, na sua aspiração legítima duma política sem política, duma política de verdade."
José Gil, 1995
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Ultrapassadas pelo avanço da história essas representações estão agora armazenadas em esquecidos acervos de museu ou em arquivos esquecidos de televisão, como adereços ou fragmentos de uma peça fora de cena.
Numa sociedade de brandos costumes, este lento apagar da memória corresponde a uma amnésia colectiva.
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(p.m. 2008)
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